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pH das Caldas

Neste artigo falo sobre a importância do pH das caldas de pulverização.

Quando falamos de produtos fitofarmacêuticos não podemos esquecer o pH da água/calda.  

Diversos fatores influenciam na qualidade das aplicações e eficácia dos produtos fitofarmacêuticos no controle dos organismos nocivos.  

Dentro das condições ambientais citam-se a temperatura, a radiação solar, a luminosidade, a velocidade do vento e humidade relativa do ar, a humidade do solo e chuva antes, durante e após a aplicação;  

Fatores atribuídos à operação propriamente dita como regulagem e calibração do pulverizador, velocidade de aplicação, bicos de pulverização, tecnologia usada, características físico-químicas da água e mistura da calda de pulverização;  

Fatores relacionados ao alvo biológico como arquitetura das plantas, estágio de desenvolvimento da cultura, mobilidade do produto na planta, hábitos do agente nocivo e parte da planta a ser tratada. 

Ver vídeo sobre o pH das Caldas (clique em baixo ).

Para a diluição dos produtos fitofarmacêuticos e composição da calda de pulverização, normalmente utiliza-se água. Quando a qualidade físico-química da água é má, a eficácia do controle é afetada, estando associada principalmente a condição de elevado conteúdo de minerais (água dura) e calda com pH alcalino (acima de sete).

Além disso, a presença ou ausência de substâncias químicas, tais como cálcio, cloro, enxofre e magnésio, bem como de elementos em suspensão, a exemplo de argila, areia e matéria orgânica, pode comprometer severamente a eficiência da aplicação e eficácia do controle. 

A retificação do pH das águas de pulverização antes de colocar os diversos produtos fitofarmacêuticos é uma medida fundamental para a eficiência dos tratamentos realizados. 

A maioria das substâncias ativas têm o seu pH óptimo de atuação entre 4 e 6,5, este valor pode variar em função da formulação dos produtos comerciais e das características edafoclimáticas (ex: temperatura). 

A aplicação de determinado produto com um pH desadequado pode significar uma grande perda de eficiência ou até a sua total ineficiência. 

Na prática, retificar o pH poderá traduzir-se numa redução de despesas e também, numa melhoria de qualidade da produção. 

Ao aumentar a eficiência dos tratamentos poderá possibilitar um menor número de intervenções e, portanto, a redução nos custos de aplicação, a redução dos níveis de resíduos nos alimentos e uma melhoria na qualidade dos produtos alimentares que pode ser valorizada no mercado. 

Eu aconselho todos os agricultores a realizar a retificação do pH das águas de pulverização.  

Para tal, existem disponíveis no mercado diversos produtos acidificantes, alcalinizantes e até estabilizadores de pH que podem ser utilizados para esta finalidade.

Em resumo:  

As caldas preparadas com “águas duras” podem provocar o bloqueio parcial dos produtos fitofarmacêuticos e incompatibilidades na mistura de vários produtos. As caldas preparadas com este tipo de águas podem ainda influenciar negativamente a eficácia dos produtos fitofarmacêuticos, podendo provocar a degradação das substâncias ativas por hidrólise alcalina. 

Vou colocar um link abaixo, na descrição, um documento onde estão os pH ideais para algumas substancias ativas.   

  1. Realize medições de pH frequentes à sua água de pulverização porque o seu valor varia ao longo do ano e do ciclo cultural, alterando desta forma a quantidade de rectificante a adicionar; 
  1. Realize medições de pH em todas as águas que tenham origens diferentes, porque o valor de pH altera-se em função da origem e a quantidade de rectificante a adicionar depende da constituição da água. Águas com o mesmo valor de pH podem necessitar de diferentes quantidades de rectificante;  
  1. Aplique o rectificante de pH e agite a calda antes de adicionar os produtos fitofarmacêuticos; 
  1. Alguns dos produtos que vulgarmente se adicionam a águas de pulverização alteram o valor de pH da calda. Deve conhecer a reação destes produtos antes de realizar qualquer mistura, algumas são incompatíveis; 
  1. Adquira um aparelho de medição de pH de forma a ter máxima autonomia neste processo e contacte um técnico sempre que surja alguma dúvida; 
  1. Realize a pulverização imediatamente após a preparação da calda.

Alguma dúvida é só colocar nos comentários ou mandar um e-mail que eu respondo logo que seja possível !  

Um forte abraço e estamos juntos por Uma Agricultura Sustentável e Mais Produtiva